quarta-feira, 11 de março de 2009

HOMENAGEM AOS PASTORES PAULO LEIVAS MACALÃO E OUTROS



ASSEMBLÉIA DE DEUS HOMENAGEM AOS GRANDES HOMENS DE DEUS QUE PASSARAM POR ELA

A igreja Assembléia de Deus no Brasil



UM POUCO DA HISTORIA DA ASSEMBLÉIA DE DEUS MUITO INTERESSANTE

Entrevista com Daniel Berg - Pioneiro no Movimento Pentecostal



MUIT LEGAL VOÇE QUE É ASSEMBLÉIANO E GOSTA DE HISTÓRIA ASSISTA

O Medidor de Bondade (The Good-O-Meter)



VIDEO MUITO INTERESSANTE, BRINCADEIRAS A PARTE, EXEMPLIFICA BEM O JULGAMENTO FINAL

95 Teses de Lutero

95 Teses de Lutero
Essas teses foram afixadas na porta da igreja do Castelo de Wittenberg a 1º de outubro de 1517.
01। Nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo em dizendo "Arrependei-vos, etc.", afirmava que toda a vida dos fiéis deve ser uma ato de arrependimento.
02। Essa declaração não pode ser entendida como o sacramento da penitência (i. e., confissão e absolvição) que é administrado pelo sacerdócio.
03। Contudo, não pretende falar unicamente de arrependimento interior; pelo contrário, o arrependimento interior é vão se não produz externamente diferentes espécies de mortificação da carne.
04.Assim, permanece a penitência enquanto permanece o ódio de si (i. e., verdadeira penitência interior), a saber, o caminho reto para entrar no reino dos céus.
05.O papa não tem o desejo nem o poder de perdoar quaisquer penas, exceto aquelas que ele impôs por sua própria vontade ou segundo a vontade dos cânones.
06.O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoado os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações a culpa permaneceria.
07.Deus não perdoa a culpa de ninguém sem sujeitá-lo à humilhação sob todos os aspectos perante o sacerdote, vigário de Deus.
08.Os cânones da penitência são impostas unicamente sobre os vivos e nada deveria ser imposta aos mortos segundo eles.
09.Por isto o Espírito Santo nos beneficia através do papa, mas sempre faz exceção de seus decretos no caso da iminência da morte e da necessidade.
10.Os sacerdotes que no caso de morte reservam penas canônicas para o purgatório agem ignorante e incorretamente.
11.Esta cizânia que se refere à mudança de penas canônicas em penas no purgatório certamente foi semeada enquanto os bispos dormiam.
12.As penitências canônicas eram impostas antigamente não depois da absolvição, mas antes dela, como prova de verdadeira contrição.
13.Os moribundos pagam todas as suas dívidas por meio de sua morte e já estão mortos para as leis dos cânones, estando livres de sua jurisdição.
14.Qualquer deficiência em saúde espiritual ou e amor por parte de um homem moribundo deve trazer consigo temor, e quanto maior for a deficiência maior deverá ser o temor.
15.Esse temor e esse terror bastam por si mesmos para produzir as penas do purgatório, sem qualquer outra coisa, pois estão pouco distante do terror do desespero.
16.Com efeito, a diferença entre Inferno, Purgatório e Céu parece ser a mesma que há entre desespero, quase-desespero e confiança.
17.Parece certo que para as almas do purgatório o amor cresce na proporção em que diminui o terror.
18.Não parece estar provado, quer por argumentos quer pelas Escrituras, que essas almas estão impedidas de ganhar méritos ou de aumentar o amor.
19.Nem parece estar provado que elas estão seguras e confiantes de sua bem-aventurança, ou, pelo menos, que todas o estejam, embora possamos estar seguros disso.
20.O papa pela remissão plenária de todas as penas não quer dizer a remissão de todas as penas em sentido absoluto, mas somente das que foram impostas por ele mesmo.
21.Por isto estão em erro os pregadores de indulgências que dizem ficar um homem livre de todas as penas mediante as indulgências do papa.
22.Pois para as almas do purgatório ele não perdoa penas a que estavam obrigadas a pagar nesta vida, segundo os cânones.
23.Se é possível conceder remissão completa das penas a alguém, é certo que somente pode ser concedida ao mais perfeito; isto quer dizer, a muito poucos.
24.Daí segue-se que a maior parte do povo está sendo enganada por essas promessas indiscriminadas e liberais de libertação das penas.
25.O mesmo poder sobre o purgatório que o papa possui em geral, é possuído pelo bispo e pároco de cada dioceses ou paróquia.
26.O papa faz bem em conceder remissão às almas não pelo poder das chaves (poder que ele não possui), mas através da intercessão.
27.Os que afirmam que uma alma voa diretamente para fora (do purgatório) quando uma moeda soa na caixa das coletas, estão pregando uma invenção humana (hominem praedicant).
28.É certo que quando uma moeda soa, cresce a ganância e a avareza; mas a intercessão (suffragium) da Igreja está unicamente na vontade de Deus.
29.Quem pode saber se todas as almas do purgatório desejam ser resgatadas? (Que se pense na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal).
30.Ninguém está seguro na verdade de sua contrição; muito menos de que se seguirá a remissão plenária.
31.Um homem que verdadeiramente compra suas indulgências é tão raro como um verdadeiro penitente, isto é, muito raro.
32.Aqueles que se julgam seguros da salvação em razão de suas cartas de perdão serão condenados para sempre juntamente com seus mestres.
33.Devemos guardar-nos particularmente daqueles que afirmam que esses perdões do papa são o dom inestimável de Deus pelo qual o homem é reconciliado com Deus.
34.Porque essas concessões de perdão só se aplicam às penitências da satisfação sacramental que foram estabelecidas pelos homens.
35.Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
36.Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plenária tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de perdão.
37.Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem cartas de perdão.
38.Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois - como disse - é uma declaração da remissão divina.
39.É muito difícil, mesmo para os teólogos mais sábios, dar ênfase na pregação pública simultaneamente ao benefício representado pelos indulgências e à necessidade da verdadeira con-trição.
40.Verdadeira contrição exige penitência e a aceita com amor; mas o benefício das indulgências relaxa a penitência e produz ódio a ela. Tal é pelo menos sua tendência.
41.Os perdões apostólicos devem ser pregados com cuidado para que o povo não suponha que eles são mais importantes que outros atos de amor.
42.Deve ensinar-se aos cristãos que não é intenção do papa que se considera a compra dos perdões em pé de igualdade com as obras de misericórdia.
43.Deve ensinar-se aos cristãos que dar aos pobres ou emprestar aos necessitados é melhor obra que comprar perdões.
44.Por causa das obras do amor o amor é aumentado e o homem progride no bem; enquanto que pelos perdões não há progresso na bondade mas simplesmente maior liberdade de pe-nas.
45.Deve ensinar-se aos cristãos que um homem que vê um irmão em necessidade e passa a seu lado para dar o seu dinheiro na compra dos perdões, merece não a indulgência do papa, mas a indignação de Deus.
46.Deve ensinar-se aos cristãos que - a não ser que haja grande abundância de bens - são obrigados a guardar o que é necessário para seus próprios lares e de modo algum gastar seus bens na compra de perdões.
47.Deve ensinar-se aos cristãos que a compra de perdões é matéria de livre escolha e não de mandamento.
48.Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que de dinheiro contado.
49.Deve ensinar-se aos cristãos que os perdões do papa são úteis se não se põe confiança neles, mas que são enormemente prejudiciais quando por causa deles se perde o temor de Deus.
50.Deve ensinar-se aos cristãos que, se o papa conhecesse as exações praticadas pelos pregadores de indulgências, ele preferiria que a basílica de São Pedro fosse reduzida a cinzas a construí-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51.Deve ensinar-se aos cristãos que o papa - como é de seu dever - desejaria dar os seus próprios bens aos pobres homens de quem certos vendedores de perdões extorquem o dinheiro; que para este fim ele venderia - se fosse possível - a basílica de São Pedro.
52.Confiança na salvação por causa de cartas de perdões é vã, mesmo que o comissário, e até mesmo o próprio papa, empenhasse sua alma como garantia.
53.São inimigos de Cristo e do povo os que em razão da pregação das indulgências exigiam que a palavra de Deus seja silenciada em outras igrejas.
54.Comete-se uma injustiça para com a palavra de Deus se no mesmo sermão se concede tempo igual, ou mais longo, às indulgências do que a palavra de Deus.
55.A intenção do papa deve ser esta: se a concessão dos perdões - que é matéria de pouca importância - é celebrada pelo toque de um sino, como uma procissão e com uma cerimônia, então o Evangelho - que é a coisa mais importante - deve ser pregado com o acompanhamento de cem sinos, de cem procissões e de cem cerimônias.
56.Os tesouros da Igreja - de onde o papa tira as indulgências - não estão suficientemente esclarecidos nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57.É pelo menos claro que não são tesouros temporais, porque não estão amplamente espalhados mas somente colecionados pelos numerosos vendedores de indulgências.
58.Nem são os méritos de Cristo ou dos santos, porque esses, sem o auxílio do papa, operam a graça do homem interior e a crucificação, morte e descida ao inferno do homem exterior.
59.São Lourenço disse que os pobres são os tesouros da Igreja, mas falando assim estava usando a linguagem de seu tempo.
60.Sem violências dizemos que as chaves da Igreja, dadas por mérito de Cristo, são esses tesouros.
61.Porque é claro que para a remissão das penas e a absolvição de casos (especiais) é suficiente o poder do papa.
62.O verdadeiro tesouro da Igreja é o sacrossento Evangelho da glória e da graça de Deus.
63.Mas este é merecidamente o mais odiado, visto que torna o primeiro último.
64.Por outro lado, os tesouros das indulgências são merecidamente muito populares, visto que fazem do último primeiro
65.Assim os tesouros do Evangelho são redes com que desde a Antigüidade se pescam homens de bens.
66.Os tesouros das indulgências são redes com que agora se pescam os bens dos homens.
67.As indulgências, conforme declarações dos que as pregam, são as maiores graças; mas "maiores" se deve entender como rendas que produzem.
68.Com efeito, são de pequeno valor quando comparadas com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69.Bispos e párocos são obrigados a admitir os comissários dos perdões apostólicos com toda a reverência.
70.Mas estão mais obrigados a aplicar seus olhos e ouvidos à tarefa de tornar seguro que não pregam as invenções de sua própria imaginação em vez de comissão do papa.
71.Se qualquer um falar contra a verdade dos perdões apostólicos que sejam anátema e amaldiçoado.
72.Mas bem-aventurado é aquele que luta contra a dissoluta e desordenada pregação dos vencedores de perdões.
73.Assim como o papa justamente investe contra aqueles que de qualquer modo agem em detrimento do negócio dos perdões.
74.Tanto mais é sua intenção investir contra aqueles que, sob o pretexto dos perdões, agem em detrimento do santo amor e verdade.
75.Afirmar que os perdões papais têm tanto poder que podem absolver mesmo um homem que - para aduzir uma coisa impossível - tivesse violado a mão de Deus, é delirar como um lunático.
76.Dizemos ao contrário, que os perdões papais não podem tirar o menor dos pecados veniais no que tange à culpa.
77.Dizer que nem mesmo São Pedro e o papa, não podia dar graças maiores, é uma blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78.Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc. como em 1 Co 12.
79.É blasfêmia dizer que a cruz adornada com as armas papais tem os mesmos efeitos que a cruz de Cristo.
80.Bispos, párocos e teólogos que permitem que tal doutrina seja pregada ao povo deverão prestar contas.
81.Essa licenciosa pregação dos perdões torna difícil, mesmo a pessoas estudadas, defender a honra do papa contra a calúnia, ou pelo menos contra as perguntas capciosas dos leigos.
82.Esses perguntam: Por que o papa não esvazia o purgatório por um santíssimo ato de amor e das grandes necessidades das almas; isto não seria a mais justa das causas visto que ele resgata um número infinito de almas por causa do sórdido dinheiro dado para a edificação de uma basílica que é uma causa bem trivial?
83.Por que continuam os réquiens e os aniversários dos defuntos e ele não restitui os benefícios feitos em seu favor, ou deixa que sejam restituídos, visto que é coisa errada orar pelos re-dimidos?
84.Que misericórdia de Deus e do papa é essa de conceder a uma pessoa ímpia e hostil a certeza, por pagamento de dinheiro, de uma alma pia em amizade com Deus, enquanto não resgata por amor espontâneo uma alma que é pia e amada, estando ela em necessidade?
85.Os cânones penitenciais foram revogados de há muito e estão mortos de fato e por desuso. Por que então ainda se concedem dispensas deles por meio de indulgências em troca de di-nheiro, como se ainda estivesse em plena força?
86.As riquezas do papa hoje em dia excedem muito às dos mais ricos Crassos; não pode ele então construir uma basílica de São Pedro com seu próprio dinheiro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos fiéis?
87.O que o papa perdoa ou dispensa àqueles que pela perfeita contradição têm direito à remissão e dispensa plenária?
88.Não receberia a Igreja um bem muito maior se o papa fizesse cem vezes por dia o que agora faz uma única vez, isto é, distribuir essas remissões e dispensas a cada um dos fiéis?
89.Se o papa busca pelos seus perdões antes a salvação das almas do que dinheiro, por que suspende ele cartas e perdões anteriormente concedidos, visto que são igualmente eficazes?
90.Abafar esses estudos argumentos dos fiéis apelando simplesmente para a autoridade papal em vez de esclarecê-los mediante uma resposta racional, é expor a Igreja e o papa ao ridículo dos inimigos e tornar os cristãos infelizes.
91.Se os perdões fossem pregados segundo o espírito e a intenção do papa seria fácil resolver todas essas questões; antes, nem surgiriam.
92.Portanto, que se retirem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "paz, paz", e não há paz.
93.E adeus a todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "a cruz, a cruz", e não há cruz.
94.Os cristãos devem ser exortados a esforçar-se em seguir a Cristo, sua cabeça, através de sofrimentos, mortes e infernos.
95.E que eles confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.

Como devo estudar a Bíblia?

“Se você não sabe para onde está indo, como saberá quando chegar?”
Essa frase realça muito bem a necessidade de planejamento em qualquer campo de atividade. É o caso, sobretudo, na área do estudo da Bíblia. O conhecimento das Escrituras não decorre de uma leitura bíblica esporádica e eventual. Brota de um esforço dedicado e planejado. Você pode conhecer as Escrituras, mas tem que se esforçar. Há muitos fatores em jogo no estudo eficaz da Bíblia. Neste artigo, trataremos resumidamente de alguns deles. Oro, pedindo a Deus que você perceba que, para ser um cristão fiel, primeiro você precisa ser um estudante aplicado da Bíblia.
Œ Creia que a Bíblia pode ser entendida. Os homens que registraram a Bíblia sem dúvida achavam estar escrevendo para que as pessoas pudessem entender (Lucas 1:1-4; Efésios 3:3-4; 1 João 5:13). Você está começando a estudar um livro escrito pelo seu Criador. Se há alguém que possa se comunicar com você, esse alguém é Deus.
 Seja comprometido. O estudo bíblico bem-sucedido sempre começa com um comprometimento. Para entender a palavra de Deus, você deve verdadeiramente desejar os seus ensinamentos (João 7:17). Isso significa uma determinação infalível com o estudo da Bíblia. Querer estudar é tão importante quanto o próprio estudo em si. Muitas pessoas lêem a Bíblia; poucas a estudam.
Ž Prepare-se para o estudo da Bíblia. Em muitos aspectos, o estudo eficaz da Bíblia se assemelha ao estudo eficaz de qualquer outro livro. Devemos estudá-lo de modo lógico e sistemático. Os bons estudiosos da Bíblia planejam o que vão estudar, tendo tempo e lugar fixos para estudar. Estabelecem alvos específicos e decidem quanto tempo gastarão nesse ou naquele livro ou assunto e o que esperam realizar em determinado estudo. O estabelecimento de alvos é muito importante. O preparo também implica o elemento adicional da oração, pedindo a sabedoria do alto (Tiago 1:5). Peça a ajuda de Deus em seu estudo. Ele o ajudará se realmente desejar saber e cumprir a sua vontade.
 Termine o que começou. Uma vez que você tenha-se preparado para estudar e já estabeleceu os seus alvos, vá até o fim no seu plano. Entenda que você está realizando um projeto que terá implicações para toda a vida. O bom conhecimento bíblico não se adquire em poucas semanas ou meses. As pessoas que são “fortes nas Escrituras” gastaram anos no estudo bíblico aplicado e acompanhado por oração.
 Busque ajuda em seu estudo. Os bons alunos da Bíblia buscam a contribuição de outras pessoas, principalmente no começo e no caso de livros ou temas mais difíceis. Os irmãos em Cristo estão sempre dispostos a ajudar os outros irmãos a ter um conhecimento melhor da verdade. Há também bons recursos básicos para o estudo bíblico que serão úteis por toda a vida. As concordâncias, os dicionários da Bíblia, as introduções aos livros da Bíblia e os atlas bíblicos são todos bastante úteis. Esteja disposto a investir neles. Você não se arrependerá.
‘ Ponha em prática o que aprender. Talvez o elemento mais importante do estudo bíblico bem-sucedido é o anseio de colocar em prática o que se aprende. Você não aprende devidamente as Escrituras enquanto você não se comprometer a fazer tudo o que elas dizem. É inútil estudar a Bíblia só pelo conhecimento bíblico em si. O estudo da Bíblia com o objetivo de transformar a vida é a busca mais valiosa que o homem conhece. Tenha a coragem de mudar a sua vida para ser padronizada pela vontade de Deus. Então, você realmente será um bom estudioso da Bíblia.
–por Steve Patton

Os cuidados do mundo

Um amigo meu queria um jardim no seu quintal. Depois de gastar muito tempo, dinheiro e esforço, o seu quintal não produzia nada. Outro amigo, após gastar pouco tempo, dinheiro e esforço em seu quintal, teve uma “safra” inigualável.
Como se pode explicar a diferença entre esses dois jardins? Os dois terrenos receberam fertilizantes, cultivo, sementes de alta qualidade e sol e chuva como deviam. A única diferença estava na qualidade do solo. Um era improdutivo e barrento, ao passo que o outro era rico e fértil. Não é difícil ver uma semelhança com os cristãos.
“Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho.... Outra parte caiu em solo rochoso.... Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mateus 13:3-8).
O solo ao lado do caminho entrava em contato com a semente, mas não a aceitava (Lucas 8:12). O solo rochoso (pedregoso) tinha tão pouca profundidade, que a semente não conseguiu sobreviver às provações e às tentações que se seguiram (Lucas 8:13). O solo espinhoso era fértil, mas já tinha ocupantes: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mateus 13:22). Em nossa atual sociedade ativa, o solo espinhoso tem muitos exemplos.
Os “cuidados do mundo” são preocupações e interesses mundanos. Enquadram-se em três categorias:
Œ Alguns cuidados são sempre pecaminosos. “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente” (Lucas 21:34). Nunca é certo fazer as obras da carne (adultério, prostituição, sensualidade, idolatria, etc. ‒ Gálatas 5:19-21).
Parece-lhe estranho que o Novo Testamento alerte os cristãos de um comportamento tão repulsivo quanto esse? Todos os pecados desta lista foram praticados por pessoas que se diziam seguir a Cristo.
A ansiedade é outro exemplo do cuidado mundano que sempre é pecaminoso. “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mateus 6:25).
 Alguns cuidados são sempre certos. “O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor” (1 Coríntios 7:32). “Cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1 Coríntios 12:25). “Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2 Coríntios 11:28).
Sempre é certo obedecer a Deus. Devemos importar-nos mais com Deus, que exige honestidade, do que pelo empregador que exige que mintamos para protegê-lo. Devemos importar-nos mais em nos reunir com os santos do que com o salário por trabalho extra. Seja no vestir, no falar ou no agir, devemos obedecer a Deus e não aos homens (Atos 5:29). Alguns estão no pecado simplesmente porque não se importam.
Ž Alguns cuidados podem ser certos ou errados, dependendo das circunstâncias. “Mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa” (1 Coríntios 7:33). O marido deve manter o equilíbrio correto entre a atenção que deve dispensar à esposa e as demais atividades que Deus exige dele. O pai deve corretamente dividir o seu tempo entre os filhos e as demais obrigações. Educação boa é a que melhor prepara para servir ao Senhor; é má se leva o indivíduo a negligenciar ao Senhor. Deus nos providenciou boas coisas para o nosso prazer (1 Timóteo 6:17); mas também nos adverte quanto ao mau uso do prazer (2 Timóteo 3:4).
Romanos 14 discute algumas coisas que, dependendo das circunstâncias, podem ser certas ou erradas. Há uma diferença entre quem comete fornicação (sempre errado) e quem come presunto (correto em si, mas errado se leva outro a tropeçar).
Fazer natação não é errado, mas, se praticado em presença de pessoas vestidas de forma inadequada, pode ocasionar a tentação (Mateus 5:28; Romanos 14:13). Assistir a televisão não é errado, mas, quando consome muito do nosso tempo ou enche a nossa mente de lixo moral, devemo-nos arrepender (Provérbios 4:23; Efésios 5:16; Filipenses 4:8).
O Novo Testamento não precisa citar uma prática condenável para que seja pecaminosa. As “tais coisas” de Gálatas 5:21 são igualmente condenadas em princípio como outros pecados são condenados pelo preceito. Alguns estão em pecado por não distinguirem entre os cuidados certos e os errados.
Nem de longe podemos estimar quanto custou a Deus tornar-nos bom solo. Por isso, não deixe que os cuidados do mundo o impeçam de dar frutos para o Senhor (Mateus 13:23).
–por Rick Duggin

Como para o Senhor

“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração como para o Senhor e não para homens” (Colossenses 3:23). A base de todos os relacionamentos dos cristãos deve ser o Senhor. Tudo o que fazemos deve ser para a sua glória, para exaltar o seu nome e para o crescimento do seu reino. Isso inclui a responsabilidade do cristão para com os empregadores (senhores, Colossenses 3:22).
Como mensageiros de Deus, passamos muito tempo ao redor dos perdidos. Se levamos a sério viver e andar como Deus deseja, devemos tratar o nosso ambiente de trabalho como um lugar para influenciar a vida daqueles com os quais temos contato.
Devemos ter o cuidado de não sermos presunçosos, achando que os colegas de trabalho, os vendedores, supervisores, etc. não se interessam por assuntos espirituais. Vivemos numa época em que as pessoas têm problemas tremendos. Ouvimos gritos de socorro daqueles que nos cercam. Quantas vezes não ouvimos as pessoas dizer: “Parece que falta algo em minha vida”? O povo de Deus tem a resposta. Podemos preencher o vazio!
O tema da carta escrita à igreja de Colossos é a plenitude em Cristo Jesus. “Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade” (Colossenses 2:9-10). Assim, devemos olhar para o exemplo de Cristo em tudo o que dizemos ou fazemos. O apóstolo nos manda, no texto que citei no início deste artigo, trabalhar “de todo o coração”. Poderíamos dizer: “Entregue tudo o que tem” ou “Dê o seu melhor”. O rei Salomão disse: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9:10).
Ao fazermos esse esforço de darmos ao nosso empregador tudo o que temos, devemos entender as cláusulas do contrato de trabalho. É importante sabermos quando e onde devemos trabalhar; quais os horários que os nossos empregadores querem que estejamos trabalhando. Será que essas horas coincidem com outros compromissos que assumimos (por exemplo: momentos importantes em reunião com a igreja ou com a família)? Será que esse emprego nos afastará da família de tal modo que nos prejudique (p. ex.: muitas viagens ou horas extras demais)? Quanto esse emprego paga? Será que é suficiente para sustentar a minha família? Será que a compensação é bastante justa para o esforço empreendido? Todas essas são perguntas importantes que devemos fazer antes de aceitar um emprego. Muitas vezes essas questões passam despercebidas até o primeiro pagamento ou a primeira viagem de negócios. Isso faz com que alguns negligenciem o trabalho que receberam.
Deus nos abençoou ricamente com um governo que nos permite trabalhar arduamente, dar o nosso melhor e ser recompensados pelo esforço que empreendemos em nossa determinada linha de trabalho. Como cristãos, tenhamos certeza de que estamos nos esforçando em nosso ambiente de trabalho. Como funcionários cristãos, devemos ser os melhores!
O rei Ezequias propôs-se a agradar ao seu Senhor. A Bíblia diz que ele “fez o que era bom, reto e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus, em toda a obra que começou no serviço da Casa do Senhor, na lei e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, de todo o coração o fez e prosperou” (2 Crônicas 31:20-21).
Entendemos que servir com fidelidade aos nossos empregadores é agradável ao Senhor. Deus nos disse: “Servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre” (Efésios 6:5-8).
Como os funcionários se esforçam para fazer a vida de modo honesto, vamos buscar “as coisas lá do alto” e pensar “nas coisas lá do alto” (Colossenses 3:1-2). O nosso Senhor está sempre com os seus filhos e sempre podemos depender de sua ajuda em qualquer momento de nossa vida.
Lembre-se das palavras do rei Davi, quando incentivou seu filho Salomão a construir o templo do Senhor: “Sê forte e corajoso e faze a obra; não temas, nem te desanimes, porque o SENHOR Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes todas as obras para o serviço da Casa do SENHOR” (1 Crônicas 28:20).
–por James L. Johnson

Resolvendo problemas entre os irmãos

A Bíblia afirma: “É inevitável que venham escândalos” (Lucas 17:1). No entanto, devemos estar atentos para o fato de que o conflito pode ocasionar pelo menos dois perigos.
Primeiro: conduta ímpia. “Ira” é perigoso. Uma pessoa irada diz coisas prejudiciais que agravam o problema (Provérbios 15:18). É possível que os irmãos até esqueçam a questão inicial, mas fiquem de mal por causa do ressentimento que tomou conta deles. “Segui a paz com todos . . . nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe” (Hebreus 12:14-15). A amargura é uma raiz forte e profunda que, como uma grama na calçada, pode minar um alicerce sólido. Cuidado com os seus resultados: o ódio, as discussões, os ciúmes, acessos de ira e dissensões. “Não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gálatas 5:20-21; Tiago 3:13-16).
Segundo: impacto negativo na vida dos outros. O versículo que adverte contra a amargura diz: “Nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12:15). Outras pessoas podem ser envolvidas na situação e ser tentadas a pecar. “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar” (Mateus 18:6). Não demora muito para devastar uma igreja, nem é tão difícil! (1 Coríntios 5:6)
Como resolver os problemas
Nas “coisas desta vida . . . por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (1 Coríntios 6:3,7).
Mas quando há pecado em jogo, deve ser enfrentado. “Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mateus 18:15-17). Aqui Jesus oferece quatro etapas para a solução dos problemas entre os irmãos.
Œ Ir. Se a culpa é do outro, vá a ele. Se é sua, vá a ele (Mateus 5:23-24). Não diga: “A culpa é dele; ele é que tem de se desculpar para mim”, nem “Se ele tem um problema comigo, ele deve vir falar comigo a respeito”.
 Repreender. “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o” (Lucas 17:3). No entanto, lembre-se de falar “a verdade em amor” (Efésios 4:15). Como Paulo instruiu a Timóteo: “Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:2).
Ž Perdoar. “Se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lucas 17:3-4). Jesus nos ensinou a perdoar os outros para que Deus nos perdoe (Mateus 11:25-26). Deus nos perdoou tanto que não devemos impor limites para perdoar (Mateus 18:21-35). Jesus demonstrou perdão na cruz (Lucas 23:34).
 Retirar-se. Quando um homem, em particular, procura falar com um irmão sobre o seu pecado e este se recusa a ouvir, ele deve levar uma ou duas testemunhas para abordá-lo novamente. Se ainda não quiser escutar, deve ser levado diante de toda a igreja. O objetivo é “ganhá-lo” (Mateus 18:15). Se ele se recusa a escutar a igreja, ele está andando desordenadamente (pensando num estilo de vida e não num fato isolado) e foi encorajado repetidas vezes para mudar o seu procedimento. Os cristãos devem afastar-se dele e não manter seu contato social com ele (2 Tessalonicenses 3:6,14). Ele ainda é bem-vindo como irmão na assembléia (“adverti-o como irmão” – 2 Tessalonicenses 3:15), mas não nos eventos sociais, nem mesmo nas refeições (1 Coríntios 5:11). Essa recusa de “ficar na companhia” dele é descrita como entregá-lo “a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]” (1 Coríntios 5:5) e tem por objetivo envergonhar a pessoa (2 Tessalonicenses 3:14). O resultado desejado é salvar o espírito (1 Coríntios 5:5), mas, de qualquer forma, a igreja está limpa, purificada do mal (chamado “fermento” devido a sua capacidade de se espalhar rapidamente – 1 Coríntios 5:6).
Q ualquer coisa que você faça, aja rápido. A resolução dos problemas entre irmãos deve acontecer antes de adorarmos a Deus. “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:23-24). “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Efésios 4:26-27).
–por Gary Copeland

Resistindo às tentações

Ao ensinar que seus seguidores deviam “dia a dia” tomar sua cruz (Lucas 9:23), Cristo fez da resistência ao diabo (Tiago 4:7) parte fundamental do cristianismo. Biblicamente, “tomamos a cruz” quando resolvemos dar fim ao pecado em nossa vida. Sem essa determinação básica, não há conversão completa. O Senhor frisou bem essa questão: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27). Se a nossa intenção de confessar o nome de Cristo é genuína, devemos apartar-nos “da injustiça” (2 Timóteo 2:19).
O que é de fato difícil é traduzir essa intenção da teoria à prática. Mas aqui, como em todas as demais áreas, somos auxiliados pelo exemplo do Senhor. “Para isso se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). Em sua morte, Cristo destruiu “aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hebreus 2:14) e, em sua vida, sempre frustrou a obra do diabo repelindo toda sedução que Satanás punha diante dele. Jesus foi em tudo tentado “á nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Sua vida, portanto, pode servir-nos como um manual sobre como resistir ao diabo em nossas batalhas diárias com a tentação.
Nos evangelhos, não há incidente que melhor revele como Cristo lidou com o diabo do que a tentação no deserto (Mateus 4:1-11; Marcos 1:12-13; Lucas 4:1-13). Eu lhe recomendaria ler estes textos e, ao lê-los, para que possam resistir à tentação, lembrem-se do seguinte:
1. Não devemos desconhecer os expedientes do diabo. Douglas MacArthur disse certa vez: “Quanto mais soubermos acerca do inimigo, mais capacidade teremos de vencê-lo”. Da mesma forma, se quisermos resistir ao diabo, é essencial que saibamos como ele age (2 Coríntios 2:11). Os atos de Satanás traem suas táticas. Os métodos que usou (em vão) com Jesus, ele usará conosco. Uma vez precavidos, ficamos prevenidos.
2. Devemos confiar plenamente em Deus. Conforme a análise de Tiago acerca do processo da tentação (Tiago 1:13-15), Satanás aproveitou os desejos de Jesus na tentativa de abalar a confiança deste em Deus. Ao propor que Jesus matasse a fome transformando as pedras em pão, o diabo ofereceu uma solução para uma necessidade aparentemente esquecida pelo Pai. Ao oferecer entregar os reinos do mundo em troca da adoração de Cristo, o diabo ofereceu um atalho por meio do qual Jesus poderia ter a coroa sem enfrentar a tortura da crucificação exigida pelo Pai. Assim, Satanás tentou explorar os desejos legítimos de Cristo, buscando levá-lo a cometer a iniqüidade, mas em todos os casos Cristo discerniu o engano. Embora as propostas do diabo soassem inócuas, benéficas e mesmo respaldadas na Bíblia (como quando citou as Escrituras para convencer a Cristo a pular do templo), elas na verdade não passavam de ataques insidiosos à bondade e à credibilidade de Deus. (Veja Gênesis 3:1-5. “Quando o diabo mais se mostra nobre e razoável, é aí que ele é mais perigoso” – Dorothy Sayers.) Ter-se entregado às propostas de Satanás teria sido um ato de iniqüidade e descrença. Portanto, Cristo morreria de fome antes de abandonar a vontade de Deus. Ele não desculparia o pecado raciocinando que os fins justificam os meios. Ele não agiria presunçosamente. Também não engoliria ingenuamente uma proposta baseada numa distorção das Escrituras. Antes, ele guardaria “firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10:23). Na tentação devemos nos segurar firmemente à nossa fé e confiar em Deus, pois “esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).
3. Devemos ser guiados pela pelavra de Deus. Jesus não resistiu ao diabo utilizando o seu poder miraculoso ou invocando alguma revelação especial dada a ele e a nenhum outro. Antes, ele se manteve firme, abraçando a palavra de Deus: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Salmos 119:11). Por meio da palavra de Deus, podemos saber como ele deseja que vivamos quando tentados. Isso nos encoraja bastante, pois nos mostra que a resistência está ao nosso alcance. Se permitirmos que a palavra de Deus habite em nós, seremos fortalecidos em nosso homem interior com o poder necessário para vencer o malvado (1 João 2:14). “Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4). Observe os versículos que Cristo citou em resposta às seduções do diabo. “Não só de pão viverá o homem” está em Deuteronômio 8:3. “Não tentarás o Senhor, teu Deus” está em Deuteronômio 6:16. E “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” está em Deuteronômio 6:13. Todas as três são citações de uma parte das Escrituras que se inicia com estas palavras: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deuteronômio 6:4-5). Cristo mais tarde chamou isso: “O principal de todos os mandamentos” (Marcos 12:29). No deserto, Cristo demonstrou que, embora atacado por severas desvantagens, tanto físicas quanto emocionais, mesmo a maior das tentações pode ser vencida se estivermos completamente comprometidos com Deus e com a sua causa. Que o exemplo de resistência de Cristo sempre nos guie.
–por Kenny Chumbley

Como escutar a uma mensagem

“Escutar” significa “aplicar o ouvido com atenção para perceber ou ouvir” (Aurélio). Escutar requer concentração. O que quer que eu esteja escutando, preciso aprender a me desligar de outras distrações e concentrar a minha atenção para o que está sendo dito. Ao escutar um sermão, preciso ocupar a minha mente com o que está sendo dito, sem me distrair com o que me cerca.
Mas como posso aprender a não dar importância para o que está ao meu redor e me concentrar na pregação? O único jeito de conseguir isso é tendo a atitude correta para com a mensagem. Observe a postura do salmista para com a mensagem de Deus: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! ... Abro a boca e aspiro, porque anelo os teus mandamentos” (Salmo 119:97,131). Mas como posso conseguir chegar a essa postura? A resposta acha-se nas próprias palavras do salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.... A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.... Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Salmo 119:105, 130,165). A mensagem é o que orienta os meus passos, dando-me compreensão do certo e do errado, assim me mantendo livre de tropeçar e me garantindo a salvação no céu. Quando reconheço que o meu destino depende do meu conhecimento dessa mensagem, eu escutarei com atenção, sabendo que o destino da minha alma está em questão.
Há, entretanto, algumas advertências que devem ser expressas no que diz respeito ao ato de escutar. Em primeiro lugar, o simples fato de alguém afirmar que prega a palavra de Deus não necessariamente significa que o faça na verdade. Essa pessoa pode ser um “lobo vestido de ovelha”. É assim que Jesus descreveu os falsos mestres que pareciam ser uma coisa, mas na verdade eram algo bem diferente (Mateus 7:15-20). Alguém pode estar ensinando enganos intencionalmente, como fazem o diabo e os seus seguidores (2 Coríntios 11:13-15). Ou pode ser que esteja ensinando erros sem saber, como foi o caso de Apolo (Atos 18:24-28).
Também devemos tomar cuidado com a pregação que gasta mais tempo em histórias pessoais ou engraçadas, citando sábios ou grandes homens do passado, ou usando um vocabulário que ninguém compreende. Embora isso possa entreter e impressionar, não é uma pregação bíblica. Paulo levou os coríntios a se lembrar do modo em que ele lhes ensinou: “Não ... com ostentação de linguagem ou de sabedoria” nem “em linguagem persuasiva de sabedoria” (1 Coríntios 2:1-5). O objetivo de sua mensagem era, antes, levar os seus ouvintes à fé em “Jesus Cristo e este crucificado”. Somente esse tipo de pregação salvará a sua alma.
Devemos tomar cuidado com respeito à nossa atitude em relação aos pregadores. Pode acontecer de um pregador ter sido o responsável pela sua conversão. Naturalmente, haverá um sentimento especial para com ele. Mas você não deve acreditar em tudo o que diz só porque foi ele quem disse. Você é um seguidor de Cristo, não um seguidor do mestre que o levou à conversão. Aos coríntios que estavam inclinando-se a seguir os pregadores, Paulo perguntou: “Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1 Coríntios 1:13).
Além do mais, não devemos permitir que a falta de eloqüência, os gestos desajeitados, o português ruim ou qualquer outra limitação física do pregador prejudique a sua postura em relação à mensagem. O único pregador apresentado em toda a palavra de Deus como eloqüente foi Apolo. Pedro e João eram homens cujo discurso demonstrava a falta de instrução (Atos 4:13). Mas veja o quanto eles fizeram de bom. Ainda que haja algo no pregador que nos faça distrair, devemo-nos perguntar: “Ele está ensinando o evangelho de Cristo?”. Se estiver, não dê importância para o que não compromete a mensagem ou para a falta de eloqüência, concentrando-se na mensagem.
Uma exortação final deve ser dada a “examinar as Escrituras”. Não importa quem pregue ou quão coerente e capaz de prender a atenção ele seja. Qualquer pessoa pode se enganar. As pessoas de Beréia, “eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17:11). Você deve verificar se o que está sendo dito é de acordo com a verdade da palavra de Deus. Nunca aceite a validade das coisas sem nenhum questionamento. É a sua alma que está em risco. Lembre-se: é uma questão de vida ou morte espiritual.
–por Adonis Bailey

Prontos para responder

Estejam “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15) é uma ordem expressa de Pedro para os cristãos da Ásia do primeiro século, mas também para nós, nos dias de hoje. Será que para isso é necessário muito conhecimento e disposição para discutir com qualquer pessoa sobre qualquer assunto relacionado com a fé? Observe que Tiago desestimula a ambição ardente de sermos mestres (Tiago 3:1). Examinemos o contexto deste mandamento para vermos que podemos obedecê-lo.
A ordem para estarmos prontos para responder acha-se numa carta escrita a cristãos diferentes – diferentes do que tinham sido no passado e diferentes dos que os cercavam. Os seus antigos e atuais amigos estranhavam que eles não participassem com eles do pecado (1 Pedro 4:4). Eram desprezados (1 Pedro 3:16), rejeitados (1 Pedro 4:14) e acusados de fazer o mal (1 Pedro 2:12). Esse é o plano de Deus para os que lhe pertencem, para manifestar as excelências dele nas trevas do mundo (1 Pedro 2:9). Hoje nada é diferente. O tipo de pergunta que geralmente surge é: “Por que você não quer sair com a gente como antes?”, “Você não diz mais palavrão?”, “Você ficou religioso ou qualquer coisa assim?”. Essas não são as perguntas teológicas complexas que imaginaríamos lendo 1 Pedro 3:15 fora de contexto.
“Estar preparado” implica prever as perguntas e estar afiado para responder. A carta de Pedro ordena, pelo menos, três tipos de preparo:
1. O preparo do coração. “... Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder” (1 Pedro 3:14-15). É necessário coragem. Devemos ter uma idéia firme e clara de nossa identidade e nossa responsabilidade, não importa como encarem as nossas respostas. O medo de passar vergonha ou de sofrer perseguição não pode ter lugar na vida daquele cujo Senhor é Cristo. Só temos de prestar contas ao Filho de Deus; é só a ele que devemos temer (1 Pedro 1:17). Participaremos do sofrimento de Cristo e não nos devemos envergonhar quando isso acontecer (1 Pedro 4:12-16).
2. O preparo da vida. O nosso texto mostra que o nosso modo correto de vida já é, em si, uma grande proteção contra as situações vergonhosas: “com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo” (1 Pedro 3:16). Se nos perguntam acerca do nosso comportamento, é claro que a nossa vida está sendo investigada pelas pessoas. A nossa vida, sempre, faz parte do nosso preparo. Fomos criados de modo distinto, não de acordo com “às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1 Pedro 1:14-15). O que dissermos com a nossa vida S o mau humor, a prática dos velhos hábitos ou qualquer coisa que não tenha sido sujeitada a Cristo S pode depor contra qualquer palavra que proferirmos com os lábios. “Amados, exorto-vos, . . . a vos absterdes das paixões carnais . . . mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas bos obras, glorifiquem a Deus” (1 Pedro 2:11-12).
3. O preparo da mente. “Sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações . . . Se alguém fala, fale de acordo com as oráculos de Deus” (1 Pedro 4:7,11). Junto com a nossa coragem e com uma vida exemplar, devemos estar munidos de uma mente sadia e equilibrada, pronta para trabalhar, centrada na nossa esperança (1 Pedro 1:13) e pronta para dar uma resposta. Mas a que tipo de perguntas?
Primeiramente, o que é mais provável, perguntas sobre o nosso comportamento. A nossa conduta se tornou visível e levou a uma reação. A nossa resposta deve explicar o nosso comportamento em relação ao senhorio de Cristo. “Não posso usar o nome de Deus dessa forma”, ou “de acordo com a minha crença em Jesus e segundo o que ele ensinou, entendo que não posso fazer isso”.
Em segundo lugar, se as nossas respostas fizeram a atenção se voltar para o Senhor, podem-se seguir as perguntas simples sobre a fé e a obediência a Jesus. Não só para explicar a nossa esperança, mas também para atrair o interesse de um coração aberto, seria útil aprender uma pequena seqüência de conclusões como: o relato da vida de Jesus é preciso; Jesus ressuscitou de entre os mortos; ele só pode ser o Filho de Deus; devemos obedecer-lhe cuidadosamente; ele julgará o mundo um dia, etc. Esses mesmos fatos provavelmente foram os que nos motivaram a obedecer, e o preparo pode ser apenas aprender a ordem, treinar uma forma simples de falar sobre eles e aprender algumas referências bíblicas que os sustentam. As respostas simples são as melhores, já que poucas pessoas têm tanto conhecimento da Bíblia e é raro encontrarmos alguém que saiba fazer uma defesa lógica da fé.
Dando a resposta
Outra ordem é dar a resposta “com mansidão e temor” (1 Pedro 3:16). Ainda que sejamos ridicularizados, devemos seguir o exemplo de Jesus, “pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje” (1 Pedro 2:23; 3:9). O modo de respondermos pode não apenas afastar a ira, mas também fazer parte de nosso modo de vida, que os outros observam. Temos a ordem de estarmos preparados para explicar a nossa esperança - não de sair vencedor na discussão ou de converter cada pessoa com quem temos contato.
A resposta final
Qual é a “esperança dentro de você”? Pedro diz: “Esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:13). Naquele dia todos os nossos questionadores se tornarão respondedores, eles mesmos prestando “contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos” (1 Pedro 4:5). Ainda que sejamos ridicularizados agora por nosso comportamento ou por nossas respostas, lembre-se que quem crer em Cristo “não será, de modo algum, envergonhado” (1 Pedro 2:6). Essa é a esperança que temos em nós.
–por Marty Broadwell

Não paz, mas espada

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim...” (Mateus 10:37).
Em 1972, eu não tinha nenhuma idéia do real significado desse versículo; tampouco percebia o tipo de sacrifício que exigiria de mim nos anos por vir. Eu cresci na fé presbiteriana. A tolerância religiosa tinha sido pregada em meu lar desde que eu me conheço por gente. Lembro-me de várias discussões em torno da mesa de jantar sobre a virtude de ter uma mente aberta; e mente aberta para um presbiteriano significava jamais questionar as crenças de outra pessoa. Afinal de contas, seria o cúmulo da arrogância presumir que você tivesse um entendimento melhor das Escrituras do que o seu próximo! A própria idéia de desafiar essa doutrina estava simplesmente fora de questão. Assim, os presbiterianos não tinham nada com que se preocupar em Mateus 10:34-38. Todos estavam salvos. Tudo estava em paz!
Comecei a sentir que havia exceções quando comecei a ficar de olho no vizinho mórmon. Meu pai deixou absolutamente claro que eu nem pensasse em me envolver com qualquer pessoa pertencente a um grupo fanático desses. E ponto-final. Mas essa discrepância entre o que ele praticava e o que ele pregava me incomodava. Na verdade, papai tinha um limite de tolerância. Era intolerante para com os mórmons.
Quando entrei na faculdade, comecei a busca da verdade. A vida não teria sentido sem verdades concretas, sem conceitos ou princípios, sobre os quais a fé pudesse ser edificada. Eu nem imaginava que pudesse encontrar essas verdades na Bíblia, então busquei os amigos. Meus pais nunca me proibiam de participar do culto de outras denominações. Logo passei a perceber, entretanto, que meus amigos também não tinham nenhuma base para crerem no que criam. Simplesmente freqüentavam a congregação que melhor lhes servisse. Não tinham convicções religiosas verdadeiras. Isso não me bastava. Então continuei a buscar a verdade. Comecei a participar de cultos com um amigo que era membro de uma igreja que simplesmente procurava seguir a Cristo.
A princípio, meus pais não falavam a respeito, só um comentário casual aqui e ali sobre “aquela gente que pensa que só eles vão para o céu”. Em questão de poucas semanas, entretanto, perceberam pelos meus atos que não se tratava de nenhuma fantasia repentina. Pela primeira vez, eu estava lendo a Bíblia. Ia aos cultos três vezes por semana. Até questionava as minhas antigas crenças! Nessa altura, meus pais começaram mais uma vez a impor limites de tolerância religiosa. Os comentários de papai eram agora: “As pessoas dessa igreja são estreitas de mente e sectárias. Estão fazendo uma lavagem cerebral em você!”. As manhãs de domingo passaram a ser um campo de batalha. Passei a ser alvo de fitadas geladas e comentários preconceituosos. Meu coração foi atingido até o mais profundo. Eu ficava agoniada com respeito àquilo em que a minha família tinha se tornado.
Em meio a toda essa tempestade, entretanto, fui sustentada por uma fé que crescia a cada dia. Agora ficava claro quem era e quem não era estreito de mente. Meu pai apelava para o preconceito; os amigos que tinha acabado de encontrar apelavam para o evangelho. Chegou o dia em que não pude mais negar o poder do evangelho. Lembrei-me da oração de Jesus por seus discípulos em João 17:17 e percebi que, por fim, tinha descoberto que era a verdade que poderia me santificar. Era hora de eu fazer uma decisão. No outono de 1973, fui batizada em Cristo. Naquele mesmo dia, desliguei-me como membro da Igreja Presbiteriana. Três noites depois, passei por um tremendo interrogatório emocional em casa. Daquele dia em diante, aprendi o verdadeiro sentido de Mateus 10:34-36: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa”. Não havia mais paz em casa. A minha própria família tinha, na verdade, se tornado meus inimigos. Na tentativa de proteger a minha fé incipiente, senti-me obrigada a sair de casa por um tempo, esperando que as coisas, a seu tempo, fossem se ajeitar. Eu amava meus pais, mas amava mais ao Senhor.
Dezenove anos depois, as coisas se ajeitaram um pouco, mas meus pais ainda me pressionam para eu ceder toda vez que vou para casa. Há uma grande diferença. Em vez de fugir dos comentários deles, posso fincar o pé. Não me sinto mais ameaçada. Sei que “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31). Meus pais sempre tiveram em mente o melhor para mim, e eu os amo por isso. Não é estranho, entretanto, que eles temam exatamente o que pode lhes libertar ‒ a verdade?! Minha esperança e oração é que, um dia, baixem as espadas e parem de lutar contra Deus. Só então suas mentes realmente serão abertas. So então poderão pôr Deus em primeiro lugar. Só então a paz voltará a reinar nessa família terrestre.
–por Martha Felker

Discordância entre os cristãos

Foi um momento de entusiasmo quando você obedeceu ao evangelho e começou a vida de filho de Deus. Como o etíope, você seguiu o seu caminho com alegria. Que decepção encontrar discordâncias na família de Deus! Por que elas existem entre os cristãos?
O motivo por que os cristãos discordam é o mesmo que faz os mundanos discordar. A discórdia resulta de divergências no grau de maturidade, de conhecimento, de capacidade e, às vezes, de atitude. Algumas discussões entre cristãos acontecerão pelas mesmas razões que levaram os filhos de Deus do primeiro século a discordar.
O ensino falso ocasiona discordâncias. Pedro advertiu os irmãos que os falsos mestres surgiriam entre eles e ensinariam “heresias destruidoras” (2 Pedro 2:1-2). Não se engane com o falso ensinamento, mas recorde-se “das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos...” (2 Pedro 3:1-3). Não se desvie por ensinos estranhos. A autoridade que você tem é a palavra de Cristo. Conheça a verdade e siga os mestres da verdade. Cuidado para que você não seja desviado “por todo vento de doutrina” (Efésios 4:14).
O orgulho e o desejo de destaque podem ser causas da discordância. Essa postura má foi a razão da discussão mencionada na terceira epístola de João. Diótrefes causou dissensão na igreja com suas “palavras maliciosas”. Quando acontecem situações como essa, “não imites o que é mau, senão o que é bom” (3 João 11). Você começou a sua vida na família de Deus como um seguidor de Cristo. Continue nessa mesma direção. Em vez de ajudar e incentivar alguém que esteja destruindo a igreja do Senhor num desejo para conseguir poder, siga o Senhor. Ame a verdade e o corpo de Cristo mais que a ambição de um amigo ou irmão.
A falta de conhecimento pode causar discordâncias entre os cristãos. Bob Waldron certa vez descreveu corretamente uma aula bíblica contenciosa dos adultos como uma “troca de ignorância”. Haverá discussões em algumas aulas bíblicas e muito disso pode ser por falta de conhecimento da Bíblia ou das definições de palavras. Às vezes, o professor não consegue controlar a sua aula, e permite que um aluno introduza um assunto que quebra a seqüência da aula. Algumas pessoas têm o prazer de “jogar uma idéia para fazer as pessoas pensar”. Geralmente isso resulta em nenhuma solução para o problema apresentado e nenhum aprimoramento do conhecimento bíblico. Você pode ajudar estudando o assunto da lição antes da aula e ajudando o professor a manter os alunos no assunto em questão. Além disso, o seu estudo particular compensará a falta de um bom ensino na aula bíblica. “Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Efésios 5:17).
Algumas discordâncias ocorrem por causa do pecado de alguém. A discordância entre Pedro e Paulo está registrada em Gálatas 2. A divergência veio do fato de Pedro não agir corretamente naquela ocasião. Essa discórdia é apagada pela correção (Gálatas 2:14; 6:1) e pelo arrependimento. “Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mateus 18:15).
Métodos divergentes podem ser a causa da discordância. Na viagem missionária que estava por acontecer, Paulo queria que João Marcos ficasse para trás, mas Barnabé achou que seria melhor levá-lo (Atos 15:36-41). Nenhum dos lados cedeu, mas cada um agiu como achava melhor. A contenda foi resolvida quando as partes envolvidas tomaram rumos diferentes e homens diferentes.
Romanos 14 apresenta uma situação semelhante. Nesse texto, a ação do irmão diz respeito só a ele mesmo. Nenhum dos irmãos em causa estava errado. Eles discordam e ainda assim podem ter comunhão. Um come carne, e o outro se recusa a fazê-lo. O Senhor ensinou a não se desprezarem nem julgarem um ao outro (Romanos 14:3). Cada um percebe que vive “para o Senhor” e deve prestar contas a ele (Romanos 14:7-12). Ambos agem coerentemente com a própria consciência (Romanos 14:22-23).
A questão apresentada em Romanos 14 não deve ser confundida com o ensino falso de 2 Pedro 2. O mestre falso o era porque ensinava uma doutrina que traria condenação (2 Pedro 2:1), e agia perniciosamente. A prática em Romanos 14 não é nem imoral nem destrutiva para a alma. Permita que os irmãos tenham posturas diferentes dependendo da sua consciência, mas rejeite o ensino que prejudica a causa de Deus e as almas dos homens. As discrepâncias surgem. Não deixe que isso o desanime, mas continue com o Senhor.
–por Robert H. Bunting

Por que Adoramos?

Agora que você é um cristão, você é uma nova criatura, com novos sentimentos, novos relacionamentos e novas responsabilidades. De que modo você expressa o sentimento que lhe enche o coração? Como você expressa ao Senhor a sua adoração, a sua honra e o seu respeito? A Bíblia usa o termo "adorar" com respeito à manifestação dessa reverência.
O Antigo Testamento freqüentemente fazia uso de atos físicos para representar uma atitude do espírito. Por exemplo, a palavra hebraica traduzida por "adorar" significa "abaixar-se, curvar-se, prostrar-se", e denota uma submissão a alguém superior. Quando a glória do Senhor encheu o templo, os israelitas "se curvaram com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram" (2 Crônicas 7:3).
Esse conceito se estendeu ao Novo Testamento, no qual os discípulos, ao encontrarem o Cristo ressuscitado, "abraçaram-lhe os pés e o adoraram" (Mateus 28:9). A adoração encontra a sua motivação no reconhecimento de que Deus é digno. Isso pode ser representado por atos físicos como prostrar-se, oferecer sacrifícios ou fazer outra atividade ordenada, mas deve brotar de uma atitude do coração de reverência para com o objeto adorado.
Paulo, na saudação de cada uma de suas cartas, refere-se a Deus ou como "nosso Pai", ou como "o Pai". A relação espiritual que os cristãos têm com Deus é comparável à do filho com o pai. O pai deve ser honrado e respeitado por sua família. Malaquias declara que: "O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? - diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome" (Malaquias 1:6). Como os cristãos devem expressar honra e respeito por Deus, o seu Pai?
Deus é honrado quando é louvado pelo que fez. O salmista afirma: "Aclamai a Deus, toda a terra. Salmodiai a glória do seu nome, dai glória ao seu louvor. Dizei a Deus: Que tremendos são os teus feitos!" (Salmo 66:1-3). Deus é digno de louvor não apenas por sua obra criadora, mas também por sua obra redentora, no sacrifício de Cristo. "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as cousas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas" (Apocalipse 4:11). Ainda: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apocalipse 5:12).
Os cristãos de hoje têm muitas oportunidades de reconhecer a dignidade de Deus e do Cordeiro na adoração particular e no culto público, reunido com outras pessoas. Uma forma é pelo "instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração" (Colossenses 3:16).
Orar com outros irmãos é outra oportunidade de glorificar a Deus. Foi o que aconteceu quando os cristãos da igreja primitiva celebraram o retorno de Pedro e de João em segurança (Atos 4:24).
Ainda, os filhos de Deus o adoram quando mostram o devido respeito por sua palavra estudando-a e se aperfeiçoando em seu uso devido. Como cristão, você deve procurar "apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15).
Por fim, os cristãos prestam homenagem tanto ao Pai quanto ao Filho ao lembrarem o sacrifício feito a favor de seus pecados. Jesus estabeleceu isso quando tomou a ceia do Senhor e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado por vós, fazei isto em memória de mim" (1 Coríntios 11:24). Cada primeiro dia da semana, quando os cristãos através de todo o mundo se reúnem em torno da mesa do Senhor, eles realizam esse ato de respeito.
O escritor de Hebreus ressaltou a importância desses atos de adoração ao admoestar os cristãos judeus, ainda que estivessem sofrendo perseguições, aprisionamentos e a perda de suas propriedades por causa da fé em Cristo: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns" (Hebreus 10:25). Era importante que eles considerassem "também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras" (Hebreus 10:24-25), reunindo-se para adorar a Deus. Será menos importante que os cristãos de hoje, enquanto desfrutam de paz e prosperidade, façam o mesmo?
-por Douglas G. Barlar

Quanto Devo Dar?

Você é novo na fé. Então, o que você provavelmente ouviu toda a vida com respeito a dar foi a velha história de que você é obrigado a dar o dízimo ao Senhor. Dar, para a maioria dos religiosos, é entendido como uma obrigação, não um privilégio. O Senhor jamais pretendeu que seus discípulos pensassem dessa forma. Tanto o Antigo Testamento quanto o Novo apresentam esse assunto de modo positivo.
"Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares" (Provérbios 3:9-10). "... O que semeia com fartura com abundância também ceifará ... Deus ama a quem dá com alegria" (2 Coríntios 9:6-7). Textos como esses acham-se por toda a Escritura. Deus olha para o seu coração generoso, preocupado com os outros, sincero e dedicado e promete bênçãos espirituais em grande quantidade. Na verdade, como o próprio Jesus disse: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (Atos 20:35). Meu amigo cristão, ao tentar responder à pergunta: "Quanto devo dar?", talvez seja bom você primeiro perguntar: "Por que é melhor dar que receber?". Quando você tiver a resposta à segunda pergunta, provavelmente terá a resposta à primeira.
Dar é parecido com Deus
É mais bem-aventurado dar que receber porque reflete a própria natureza de Deus. Foi o que o motivou a criar o mundo (Gênesis 1:31; Salmo 19:1) e depois salvá-lo (João 3:16). O ato de dar nos une a Deus. Quando damos o nosso corpo como sacrifício vivo, escolhendo andar no espírito, não na carne, assumimos assim a imagem da semelhança de Deus (Romanos 12:1-2). Quando sacrificialmente entregamos o nosso amor ao próximo, ainda que não recebamos amor em troca, chegamos mais perto da perfeição do próprio amor de Deus (Mateus 5:43-48). Sendo assim, dê, e você parecerá com a imagem de Deus.
Dar é parecido com Cristo
"O Filho do Homem . . . não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mateus 20:28) "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele...a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo" (Filipenses 2:5-8). O ato de dar sacrificialmente é o próprio âmago do significado que Cristo tem para nós. A disposição de nos esvaziar por causa do reino é o coração de quem somos e a quem representamos.
Dar é um investimento
O nervo mais sensível e revelador de nosso corpo é aquele que liga o nosso coração à nossa carteira. "Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mateus 6:19-21). Embora na teoria e na teologia falemos que o nosso tesouro se acha no céu, é só na própria prática que provamos ser apenas peregrinos aqui em baixo. Os macedônios, entregando-se primeiramente ao Senhor, se tornaram doadores generosos, mesmo em meio à grande pobreza (2 Coríntios 8:1-5). Sabe o que aconteceu? Se você ler 2 Coríntios 8-9, perceberá várias vezes que a "graça" de Deus foi uma retribuição do seu investimento. Eu sempre trocaria o ouro pela graça!
Mas quanto?
Ora, mesmo que a resposta à nossa segunda pergunta seja satisfatória, ainda devemos tratar da primeira: "Quanto dou?". A resposta é entre você e Deus. Ele lhe disse que desse generosa, abundante, alegre e corretamente (2 Coríntios 9:5-11). Ele mandou, como fez com os santos do primeiro século, pôr de parte de acordo com nossa prosperidade (1 Coríntios 16:1-2). O nosso Pai celeste intencionalmente não exigiu nenhuma porcentagem mínima, deixando para o coração de seus filhos decidir que quantia preencheria as exigências acima e agradaria a ele. Já de muito tomei por hábito, em resposta à pergunta, não dizer mais do que o Senhor disse, sabendo que a alma honesta fará o que é certo. Você o fará.
Mais um pensamento. Não restrinja as suas idéias de dar para a igreja local. Vários versículos nos mostram a necessidade da benevolência individual (1 Timóteo 5:10,16; Atos 2:44-45). Da mesma forma, o sustento individual de evangelistas é recomendado (3 João 5-8).
Se o seu coração estiver correto, também estará correta a sua contribuição.
-por Rick Lanning

Minha nova família, a igreja

Alguma vez você já se ausentou de casa por bastante tempo? Você já teve de ir morar com outra família, devendo assim cumprir os horários deles, assumir o estilo de vida deles, participar dos divertimentos deles e se encaixar na forma deles?
E você, que acabou de se tornar um cristão? Você pensou que estivesse em casa. Agora você é peregrino e estrangeiro em terra estranha. Você estava à vontade, dirigindo a sua própria vida; agora Cristo habita em você, e você é um servo. O evangelho tocou o seu coração e o seu mundo virou às avessas.
Uma das tentações prediletas de Satanás é procurar desviar o novo cristão de Cristo por meio das reclamações da sua velha família, o mundo. "Você mudou; deixou de ser engraçado; você não gosta mais da gente", dizem. Você é diferente. Como você lida com a pressão ao retornar para a sua velha família?
A resposta é que você tem uma nova família que está ansiosa para preencher as suas necessidades geradas por abandonar a velha família.
Œ As necessidades emocionais. Todo cristão precisa de um mentor, ou de vários mentores. Não alguém para dar permissão, mas um conselheiro com quem compartilhar e se relacionar. Um colega para dar uma força. Uma linha direta de amizade 24 horas. Um irmão cristão que compreende e está pronto e é capaz de te orientar. Esse é o papel de sua nova família, a igreja.
 As necessidades físicas. Às vezes as pessoas aceitam melhor o evangelho quando estão passando por problemas financeiros ou físicos. A sua pobreza material é um reflexo e um lembrete de sua incapacidade espiritual. Embora a igreja não seja uma instituição de alívio humanitário, desde os dias de Jerusalém, os necessitados vêm sendo ajudados. Não precisamos criar ou manter uma sociedade à parte para cuidar disso. A verdadeira igreja é sensível às verdadeiras necessidades de seus membros (Atos 4:32). O novo cristão não precisa ser tentado a recorrer à velha família, o mundo, quando precisar de apoio material.
Ž As necessidades sociais. A hípica, o barzinho, a danceteria, as diversões ímpias S tudo isso preenche as necessidades sociais. As pessoas gostam de estar em companhia de outras pessoas. Mas, como novo cristão que acabou de sair do mundo, você pode satisfazer as suas necessidades sociais com os seus novos irmãos. Todos nós devemos ser "hospitaleiros" (1 Pedro 4:9). Convide outros cristãos para ir à sua casa, para sair a jantar, para ir a um estudo bíblico. Aceite o convite deles para tais atividades. Faça o possível para se envolver com a sua nova família.
 As necessidades espirituais. Sem sombra de dúvidas, essas são as suas necessidades mais importantes. Não são preenchidas ao acaso. Faz-se necessário um tratamento sistemático para que haja crescimento e desenvolvimento. Reunir-se com os santos regularmente é a cola que o ajudará a ficar bem pertinho de Cristo enquanto o mundo tenta atrair a sua atenção. Nas reuniões, você encontra uma casa segura. Adorar "em espírito e em verdade" (João 4:23) produzirá o impulso necessário para te segurar até a próxima reunião. Os cristãos maduros dedicam-se para proporcionar um ambiente edificante e alegre na assembléia. Brigar por besteira e ficar reclamando não cabem para uma assembléia que celebra e reflete o espírito do nosso Salvador.
 O estudo bíblico seqüencial. Como novo cristão, você precisa ser instruído de acordo com a sua capacidade e experiência. Embora você deseje um estudo aprofundado de Apocalipse ou um curso de grego, os princípios básicos devem vir primeiro. A igreja o ajudará a conhecer vários tópicos básicos e ajudá-lo a crescer e amadurecer (Hebreus 5:12-14).
‘ Participação. A sua nova família está tentando conduzir você e outros novos cristãos a uma vida de serviço e não a uma carreira de esquenta-banco. Saiba que terá de assumir deveres e responsabilidades.
’ O estudo bíblico individual. Ainda que a igreja o incentive a estudar, você tem que tomar a iniciativa. Se não estudar a Bíblia sozinho, qualquer cristão chegará rapidamente a um patamar espiritual, onde ficará estacionado. O seu estudo deve ser motivado não por um anseio de conhecimento, mas por um desejo de agradar a Deus.
Coopere com a sua nova família para criar um ambiente em que os amigos cristãos possam crescer, prosperar, multiplicar-se e agradar a Deus. À medida que a obra for realizada, Deus é glorificado e o reino se expande. O nosso objetivo é para não perder nenhum membro da família na jornada daqui até a eternidade.
-por Bob Andrews

O Que é a Ceia do Senhor

No decorrer da vida, esquecemo-nos de muitas coisas. Algumas, é melhor mesmo que esqueçamos, mas há aquelas que, se as esquecemos, estamos condenados a repetir os erros do passado. Kipling escreveu Recessional ao observar o júbilo incontrolável dos soldados que estavam de retorno. Cada estrofe terminava:
Senhor, Deus dos Exércitos, sê conosco
Para que não esqueçamos - não esqueçamos!
O mundo, de fato, esqueceu, e aquela guerra se repetiu inúmeras vezes por causa disso.
Quando os filhos de Israel atravessaram o mar Vermelho, triunfantes sobre os egípcios pelo poder de Deus, receberam a festa da Páscoa (Êxodo 13:3-10). O objetivo explícito dessa festa era ajudá-los a lembrar que Deus os tinha salvado da poderosa nação egípcia com mão forte e braço estendido. Lembrando-se assim, eles aprenderiam a confiar no Deus do céu, esperando dele a orientação e a providência. Mas eles recusaram lembrar-se, e então uma geração de mais de 600.000 homens morreu no deserto! Eles murmuraram, se rebelaram e pecaram repetidas vezes de modo que receberam a maldição de Deus e não as suas bênçãos.
O cristão tem momentos que precisa lembrar? Estávamos perdidos no pecado, sem esperança e condenados à destruição eterna. Mas Cristo cedeu sua vida por nós, para redimir-nos dessa maldição. Fez isso quando ainda éramos seus inimigos (Romanos 5:6-11)! Lemos os últimos capítulos dos quatro evangelhos e ficamos abismados com o pecado, o orgulho, o ciúme e o ódio que o pregaram na cruz. Mas será que sabemos devidamente que, se esquecermos isso e vivermos como um mundano, estaremos crucificando-o e de novo expondo-o à vergonha (Hebreus 6:6)? Ou será que calcamos aos pés o Filho de Deus e profanamos o sangue da aliança com o qual fomos santificados e ultrajamos o Espírito da graça (Hebreus 10:26-30)?
Se esquecemos a maldição do pecado e o horrendo sacrifício que foi necessário para libertar o homem desse pecado, estamos fadados a repetir esses pecados e agir como o cão que "voltou ao seu próprio vômito" e como a porca lavada que "voltou a revolver-se no lamaçal" (2 Pedro 2:20-22). Para evitar isso, devemos lembrar a morte, o sepultamento e a ressurreição de nosso Senhor!
Em sua sabedoria, o Senhor nos deu uma festa para sempre termos "Jesus Cristo, e este crucificado" diante de nós. Ele não nos deu estátuas, cruzes, quadros, imagens ou qualquer coisa terrena, mas nos providenciou uma simples participação do pão asmo e do fruto de uva no primeiro dia da semana. (Leia atentamente 1 Coríntios 11:17-33.) Mas a festa que ele nos proporciona está repleta de significado. O pão que representa o corpo de Cristo é sem fermento, mostrando assim que devemos lutar para viver acima do pecado, exatamente como ele fez (1 Coríntios 5:6-8). O sangue que foi necessário para a nossa purificação é bem retratado pelo fruto de uva. Isaías 1:18, falando a esse respeito, diz: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã". Essa lembrança nos fará apresentar o nosso "corpo por sacrifício vivo santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1).
A festa não apenas nos faz olhar para trás, para o sacrifício dele, mas também nos impulsiona a olhar para frente, com esperança. Ao lembrarmos a sua ressurreição, estamos sempre lembrando que isso é uma promessa da nossa própria ressurreição - e assim anunciamos "a morte do Senhor, até que ele venha". Com a lembrança de seu sacrifício por nós, a esperança de uma recompensa celestial e a sua palavra a nos orientar, como é possível falharmos?
A resposta a essa pergunta é que não falharemos se nos lembrarmos! Mas, assim como os israelitas esqueceram e perderam a vida, assim também podemos esquecer e perder a alma. Paulo advertiu a igreja de Corinto que "muitos dormem" (morte espiritual) porque perderam o verdadeiro sentido da ceia do Senhor. Estavam tomando sem "discernir o corpo". Que insulto para Cristo é participarmos dessa festa sem pensarmos em seu sacrifício. O próprio ato que tem por objetivo ajudar-nos a lembrar acaba sendo assim o meio de esquecermos. Que isso não aconteça."Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia e sim com os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Coríntios 5:7-8)
-por Paul H. Hutcheson

E se eu pecar?

Cmeçamos a vida cristã com um idealismo entusiasmado! A mensagem da cruz transformou a nossa vontade. No batismo, declaramos que morremos para o velho eu, que costumávamos ser, e estamos sendo ressuscitados para andar em novidade de vida. Com uma resolução e uma determinação acompanhadas de amor, decidimos deixar de levar uma vida de pecado e começar a viver em total obediência ao Senhor.
Entretanto, esse ideal depara-se com a realidade da luta que todos enfrentamos. Satanás intensifica os seus esforços para nos reconquistar. As tentações e as provações vêm. A nossa fé é provada. E, infelizmente, muitas vezes perdemos. Pecamos; e rompe-se a comunhão com Deus. E agora? Será que está tudo perdido? É hora de desistir? Não! Em vez disso, precisamos encontrar a força para "continuar com o Senhor". Espero que essas idéias o ajudem a encontrar a coragem de continuar tentando.
Martha e eu tivemos o prazer de observar os nossos quatro filhos jogar beisebol e andar de bicicleta. Nós os ajudávamos e incentivávamos a fazer coisas que antes não sabiam fazer. Sabíamos que o processo não se daria sem sofrimentos. Não nos agradava a idéia de lábios inchados e joelhos esfolados (e, também, quatro braços quebrados S até agora!). Mas, como pais, simplesmente tínhamos de aceitar o fato de que tentar fazer novas coisas, aceitar novos desafios, traria consigo a possibilidade do insucesso. Jamais os exporíamos irresponsavelmente ao perigo; mas não poderíamos protegê-los dos choques inevitáveis da vida. Às vezes não tiveram juízo; com isso trouxeram sofrimento para eles e para nós. Mas ainda não pensávamos em matá-los por causa de seus erros. (Bem, pelo menos poucas vezes.) Acreditamos que a alegria de ter sucesso no fim é maior que o sofrimento do fracasso momentâneo!
O seu Pai, que está no céu, alegrou-se de vê-lo nascer na família dele. Ele o ama. Não o deixará irresponsavelmente à mercê do diabo (1 Coríntios 10:13). Mas também não retirará de você as tentações e as provações da vida. Aliás, são essenciais para seu crescimento e desenvolvimento. Ninguém fica mais forte levantando penas! Precisamos de montes para escalar, pesos para levantar. E haverá muitos.
Todos nós que lutarmos pela perfeição fracassaremos e não conseguiremos chegar ao nosso destino. ("Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmo nos enganamos, e a verdade não está em nós" S 1 João 1:8). Não pretendo subestimar a seriedade do pecado. Será doloroso para você. É doloroso para Deus. E pode levar outras pessoas a pecarem. Certamente romperá o seu relacionamento com Deus. ("Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis" S 1 João 2:1).
Mas, graças a Deus, há esperança para nós quando pecamos. ("Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" S 1 João 2:1-2). A graça de Deus, que criou um modo de seus pecados passados serem perdoados, ainda se estende aos que agora andam na luz da verdade, mas de vez em quando dão um passo nas trevas. O sangue que purificou a você, o pecador, é o sangue que agora purifica a você, o filho de Deus que peca. Que promessa maravilhosa: "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7).
Gostaria de alertá-lo! Quando pecar, Satanás quererá ganhá-lo com "excessiva tristeza" (2 Coríntios 2:7); "pois não lhe ignoramos os desígnios" (2 Coríntios 2:11). Mas, em vez de se revolver no chiqueiro do pesar mundano, que resulta em morte espiritual permanente, volte-se para os braços abertos do Pai em tristeza santa, buscando o seu perdão (2 Coríntios 7:10). Ele não deseja matar os filhos que dele se afastaram, mas quer curá-los. Diga a ele: "Pai, pequei . . . diante de ti" (Lucas 15:18). Saia da sua transgressão. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Talvez o fardo da sua transgressão seja tão pesado que você precise da ajuda, do incentivo e da intercessão de um companheiro cristão. Nesse caso, "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados" (Tiago 5:16).
E, por fim, não deixe de tentar! Seja como Paulo, que disse: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus" (Filipenses 3:12). Não perca de vista a esperança que o impulsionou no princípio a deixar o pecado e servir a Deus. Continue no Senhor. Quanto a mim, "prossigo"; e espero encontrá-lo na reta final!
-por Johnny Felker

Posso me manter fiel?

Sentados num banco em meio a um conjunto habitacional, a conversa ficou séria.
- O que lhe impede de obedecer ao evangelho? - perguntei.
As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.
- Simplesmente não creio que possa fazer o que o Senhor espera de mim - respondeu ele.
- Você tem razão! - eu disse. - Não por si só, mas com o Senhor do seu lado, você pode!
Raciocinamos juntos um pouco mais, e naquela mesma noite ele decidiu tornar-se cristão.
Um acontecimento isolado? Creio que não. Aliás, esse quadro se repete freqüentemente e reflete o medo que muitos carregam no coração. "Se me tornar cristão, poderei permanecer fiel?" "Será que vou conseguir terminar o que tiver começado?" "Será que vou conseguir pegar e não largar?" "Será que algum dia ficarei mais forte e serei mais útil no reino?"
Em Miquéias 7:8 lemos: "Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei". Isso é decisão! Salomão escreveu em Provérbios 24:15-16: "Não te ponhas de emboscada, ó perverso, contra a habitação do justo, nem assoles o lugar do seu repouso, porque sete vezes cairá o justo e se levantará". Isso se chama determinação!
As Escrituras estão repletas de admoestações aos cristãos para se manter firmes e procurar não cair. Pedro adverte-nos para não sermos "arrastados pelo erro desses insubordinados" e cair "da vossa própria firmeza" (2 Pedro 3:17). Você já observou pedreiros erguendo um edifício de vários andares, andando de uma viga para outra, centenas de metros acima do chão? Eles devem sempre ter o cuidado de não perder o equilíbrio, escorregar na direção errada e cair. O nosso adversário, o diabo, usa toda tentação que ele pode conseguir e todo engano imaginável para fazer-nos cair. Assim, Pedro nos admoesta: "Sede sóbrios e vigilantes" (1 Pedro 5:8). Precisamos ser como esses pedreiros S precisamos prestar atenção em onde andamos, estar atentos. Por quê? Ninguém está tentando empurrar o pedreiro de cima do andaime, mas ainda assim ele precisa tomar cuidado! Satanás está sempre tentando nos tirar de cena. Precisamos todos ser sóbrios e vigilantes e fazer todo o possível para não cair.
As pessoas boas às vezes são surpreendidas num pecado (Gálatas 6:1). Em nossa vida cristã, aprendemos bem rápido que, embora procuremos não cair e tropeçar, isso acontece. Essa descoberta pode ser esmagadora, se não tomarmos cuidado. O que devemos perceber é que homens como Noé, Abraão, Moisés, Davi e Pedro foram homens bons. Ainda assim, todos pecaram, e alguns flagrantemente. Ter ciência de que ninguém está totalmente livre do pecado ajuda-nos a enxergar as coisas pela perspectiva correta (1 João 1:7-9).
A questão é: "Quando você tropeçar e cair, o seu inimigo ficará satisfeito?" Se desistimos e ficamos prostrados, sim. O nosso inimigo se orgulhará e se vangloriará de ter derrotado o propósito de Deus em nossas vidas, qual seja, glorificar a Deus. Mas ele não pode regozijar-se se escolhemos nos levantar da queda, confessar os nossos pecados e pedir perdão (1 João 1:9). Satanás ficou contente com o rei Saul quando este caiu e não se ergueu dos seus pecados, mas, quando Davi caiu, a alegria de Satanás foi apenas momentânea, porque Davi voltou a si e reconheceu o seu pecado (Salmo 51:1-3).
Vemos muitos por quem Satanás está se alegrando. Depois que eles obedeceram ao evangelho de Cristo e começaram a nova vida, Satanás não desistiu. Ele usou todo expediente sedutor possível até descobrir exatamente aquele que lhes serviria de isca. Ele teve êxito em convencer: "Viu, vocês não conseguem viver isso; é melhor desistir." E foi o que fizeram! Mas também vimos aquele a quem Satanás derrubou, mas não conseguiu manter caído. Sim, pecou, mas se levantou novamente.
Satanás não pode alegrar-se com um filho de Deus que odeia seus pecados, confessa-os e clama pela misericórdia de Deus! Alguns começam a vida cristã decididos a serem perfeitos. Quando eles não conseguem se manter nesse nobre ideal, acham-se hipócritas se continuarem reunindo-se com a igreja e ajudando na obra do Senhor. O que eles não conseguem enxergar é que hipócritas são as pessoas insinceras. As pessoas humildes e penitentes, embora fracas às vezes, não são hipócritas! Davi diz em Salmo 103:14: "Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó". Não, Deus não deixa de ver as nossas imperfeições, mas ele entende que as tenhamos. E foi sabendo disso que foi impulsionado a enviar o seu Filho para morrer na cruz em nosso lugar. Que coisa boa para se pensar!
Se Deus tivesse dado a cada um de nós só uma oportunidade, ou mesmo duas, jamais conseguiríamos. Temos um sumo sacerdote misericordioso, bem como um Pai de perdão, e realmente não há desculpas para qualquer um de nós jamais desistir (Hebreus 4:14-16).
-por Bill Fairchild Jr

Os perigos diante dos novos cristãos

Depois de se tornar cristão, o maior perigo que se enfrenta não é a morte acidental, a doença terminal, a falência, o casamento fracassado ou qualquer desgraça passageira. O maior perigo que um filho de Deus recém-nascido enfrenta é a perda de sua recompensa eterna (Lucas 8:13), carecendo "da glória de Deus" (Romanos 3:23), sendo privado do seu galardão por causa de enganadores (Colossenses 2:18), decaindo "da graça" (Gálatas 5:4), caindo (Hebreus 6:6), descaindo "da...própria firmeza" (2 Pedro 3:17) ou não sendo "fiel até à morte", não recebendo, portanto, "a coroa da vida" (Apocalipse 2:10).
Há muitas seduções, tentações, influências e enganadores no mundo. Mas você foi chamado para fora do mundo (1 João 2:15-16; João 15:19). Essas coisas do mundo sempre serão uma ameaça (perigo) para a sua fidelidade. Vejamos algumas dessas ameaças:
Œ O humanismo secular. Esse é um tipo de religião. Sua filosofia nega a existência de Deus (ateísmo), a criação (evolução), a Bíblia como norma moral inspirada, Cristo como Deus, o homem como corpo e alma/espírito (somente carne sem nenhum futuro além).
Em nossos dias, essa filosofia vem saturando as escolas, a mídia e até muitas igrejas. O resultado tem sido a destruição dos lares, padrões morais corrompidos, o sexo livre, mães solteiras, o aborto, doenças sociais (incluindo-se a AIDS) e muito mais.
Dificilmente há uma família ou um indivíduo que não tenha sido prejudicado por essa filosofia condenável. Você terá de combater isso e guardar a sua fé com diligência.
 Os cuidados do mundo. Na parábola do semeador, a semente que caiu entre os espinhos foi sufocada pelos "cuidados do mundo e a fascinação das riquezas" (Mateus 13:22). O desejo de riquezas, de popularidade e das concupiscências da carne faz que muitos naufragem na fé (1 Timóteo 1:19). O filho pródigo (Lucas 15), o homem rico em contraste com Lázaro (Lucas 16), e o rico insensato (Lucas 12) são exemplos bíblicos. Dê ouvidos a instrução de Deus que se acha em Mateus 6:19 sobre a importância de ajuntar tesouros no céu e não na terra, e preste atenção em 1 João 2:15, no que diz respeito a não amar ao mundo, nem as coisas do mundo. Quanto à avareza, ao orgulho e aos desejos da carne, a total abstinência é essencial.
Ž A decepção com os irmãos. A nova criatura em Cristo naturalmente tem a expectativa de que os seus companheiros cristãos (irmãos) estejam andando em novidade de vida e na fé. Entretanto, há momentos e lugares em que isso não acontece. Embora passar a ser participante de Cristo nos purifique do pecado, não nos torna imunes quanto a cair de volta no pecado ou ser enganados.
Paulo censurou o fornicador de Corinto e a igreja por não condenar o pecado (1 Coríntios 5:1-7). Timóteo foi deixado em Éfeso para admoestar certas pessoas a não ensinarem "outra doutrina" (1 Timóteo 1:3). Paulo tinha receio porque os gálatas guardavam dias, tempos, meses e anos que não faziam parte do evangelho de Cristo (Gálatas 4:11). Também havia uma igreja com Diótrefes, que amava a "exercer a primazia" (3 João 9).
Quando você se vê diante de qualquer desvio da fé, busque cuidadosamente a verdade. Depois, em amor, procure ensinar e corrigir, sem ser influenciado pelas pessoas. Se os seus esforços não conseguirem gerar a conformidade com a verdade e com a paz, é possível que você tenha de mudar de lugar de adoração, mas nunca, nunca abandone sua fé e sua esperança.
 A rejeição dos antigos amigos. Pode ser muito doloroso e decepcionante para você encontrar-se com antigos amigos, colegas e entes queridos que se opõem a você e se afastam porque você virou das trevas para a luz.
Jesus alertou os discípulos de que "todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não chega para luz, a fim de não serem argüidas as suas obras" (João 3:19-20). Ele também disse: "Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e, quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu" (Lucas 6:22-23).
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Coríntios 15:58).
Herschel E. Patton

O que há de novo?

Imagine o que deva passar pela mente de um bebê. Após ficar nove meses num ambiente confortável e de seu pleno conhecimento, o que deve ser para enfrentar situações completamente novas —vozes nunca antes ouvidas, rostos nunca vistos e mãos que jamais foram tocadas? Depois vêm os novos incômodos —a fome, a solidão, o medo e a confusão.
Se você é um cristão que acabou de se converter, você é um "bebê" espiritual. Você está deparando espiritualmente o que os bebês encontram fisicamente. É uma vida nova, um novo começo, e tudo é diferente. Você não é mais você. Você é um "novo você"!
Essa nova vida é, às vezes, difícil por não estar acostumada a ela. O passado o atrai para voltar aos velhos hábitos, conceitos e valores. Há uma tendência natural de querer retornar aos antigos padrões de vida.
A maior fonte de força para permanecer no novo caminho é meditar sobre o que é novo para você. Você "nasceu de novo" (João 3:5). Você renasceu para andar "em novidade de vida" (Romanos 6:4). Examine agora o que é novo.
Agora você é justificado "gratuitamente, por sua graça" (Romanos 3:24). Deus formalmente o livrou de qualquer culpa. Embora você tenha pecado e carece "da glória de Deus" (Romanos 3:23), agora você foi declarado inocente.
Você tem "paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1). O evangelho ao qual você obedeceu tornou harmônico o relacionamento entre você e Deus. Você tem descanso e satisfação porque você e Deus foram reconciliados (Romanos 5:10).
Você foi libertado do pecado (Romanos 6:18). Não está mais preso pelo pecado; não precisa se sentir obrigado a ser um pecador. A sua morte para o pecado anula todas as suas obrigações para com ele.
Voce é herdeiro do "dom gratuito de Deus" que é "a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6:23). Você se tornou mais que vencedor "por meio daquele que nos amou" (Romanos 8:37). Nem a "morte...poderá separar-nos do amor de Deus" (Romanos 8:38-39).
Você vivencia tudo isso por causa da misericórdia, da bondade e da compaixão de Deus. Se você sempre meditar a esse respeito, a sua mente estará preparada para a caminhada que está diante de você. É o caráter digno desse chamado que o motivará a andar de modo digno. Por causa daquilo que é novo em sua vida, você sentirá uma disposição para apresentar o seu corpo "por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus" (Romanos 12:1). Nada parecerá mais racional e lógico. A sua vida se mostrará ao mundo uma vida equilibrada, justa e santa, que é o que Deus deseja para você (Romanos 12:2).
Ainda que, muitas vezes, a sua vida seja tão desajeitada quanto aos movimentos de um bebê, ela está em transformação. Você está aprendendo a detestar o mal e se apegar ao bem (Romanos 12:9). Você está amando "uns aos outros com amor fraternal" (Romanos 12:10). Em meio à tribulação, você está se tornando paciente (Romanos 12:12). Está perseverante em oração ao seu novo Pai (Romanos 12:12).
Alguma vez você já imaginou que chegaria o dia em que você abençoaria "os que vos perseguem" (Romanos 12:14) ou não pagaria "a ninguém mal por mal" (Romanos 12:17)? A novidade do espírito está transformando o seu caminho, de modo que Deus dirija os seus passos.
Ao longo dessa caminhada, Satanás usará suas estratégias para que você se volte a ele de novo. Você terá de esmurrar o seu corpo para que não se torne desqualificado (1 Coríntios 9:27). Satanás trabalha muito para recuperar o que perdeu; você é o principal candidato. Entre as suas tentativas, procurará levá-lo a esquecer-se das misericórdias de Deus. "Qual é a grande vantagem mesmo?", ele vai perguntar. Ele trabalhará para fazer de você alguém que "é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora" (2 Pedro 1:9). Satanás o quer de novo enredado nas "contaminações do mundo" e de volta no vômito e na imundícia da velha vida (2 Pedro 2:20-22).
O que há de novo? Você! "Portanto, também nós... desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus" (Hebreus 12:1-2). Meu novo irmão ou irmã, "tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis" (Efésios 6:13).

O que é que eu fiz?


O que é que eu fiz?

Vendedores e comerciantes dão a isso o nome de "arrependimento do comprador"। É o tipo de coisa que se sente quando se compra um carro novo. Você assinou no espaço reservado para esse fim. Comprometeu-se de fazer prestações durante muitos meses. Então começam a surgir em sua mente as perguntas: "Será que eu não devia ter esperado um negócio melhor?", "Será que me passaram a perna?", "Será que não dava mesmo para ficar com o carro velho?", "E se eu perder o emprego e não conseguir pagar a dívida?", "O que é que eu fiz?".O mesmo tipo de dúvida pode surgir depois que você fez o maior compromisso da sua vida tornar-se um discípulo de Jesus. Você fez o que era certo? Você foi enganado por algum mestre falso? Você fez realmente o que Deus queria que fizesse? Você está realmente salvo?É bom reexaminarmos a nossa conversão a Cristo para lembrarmos de "quando no princípio cremos" (Romanos 13:11). Paulo desafiou os discípulos de Corinto: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2 Coríntios 13:5). Outros foram incentivados a se lembrar "dos dias anteriores, em que, depois de iluminados, sustentastes grande luta e sofrimentos" (Hebreus 10:32). Conheço cristãos que, logo após a conversão, registraram exatamente o que tinham feito, por que tinham feito e como se sentiam por ter feito. Ler tal registro podia ser bem útil para manter viva a lembrança de nossa primeira resposta ao evangelho. Mas, independente das circunstâncias específicas de sua conversão, você no fundo fez o que cada discípulo fez. Há uma uniformidade em todas as nossas experiências. "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Vamos rever o que fizemos.A seqüência de acontecimentos essenciais na conversão é identificada em Romanos 10:10-17: pregar, ouvir, crer, invocar a Jesus e confessá-lo como Senhor. Padrão semelhante encontra-se em 1 Coríntios 15:1-4; o evangelho foi pregado e aceito; salvou; está sendo guardado. Esse evangelho de que todos ouvimos começa com a péssima notícia de que estamos perdidos por causa de nossos pecados contra Deus (Romanos 3:23; 6:23). Jesus deu sua vida sem pecado em sacrifício para pagar os nossos pecados (Hebreus 9:14). Cremos no testemunho das testemunhas que escreveram sobre a sua vida, seus ensinos, sua morte e sua ressurreição (João 20:30-31). Fomos atraídos a ele pela história da cruz (1 Coríntios 1:18). Nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Lamentamos ter pecado e nos voltamos a uma nova vida, em que aprendemos de Jesus e o servimos. Por sua ordem, fomos batizados, enterrando o velho e ressurgindo para uma novidade de vida em Cristo (Marcos 16:16; Romanos 6:3-4). Concordamos em observar todas as cosas que ele mandou (Mateus 28:19-20).Fizemos o mesmo que fizeram 3.000 pessoas ao ouvir o apóstolo Pedro pregar o evangelho em Jerusalém (Atos 2). Fizemos o que o eunuco etíope fez quando Filipe lhe ensinou sobre o Cordeiro que foi levado ao matadouro (Atos 8:27-40). Fizemos o que Saulo de Tarso fez quando descobriu a verdade sobre Jesus (Atos 9; 22; 26). Fizemos o que Cornélio e sua família fizeram (Atos 10); o que Lídia e sua família fizeram (Atos 16:12-15); o que o carcereiro e sua família fizeram (Atos 16:25-34); o que muitos coríntios fizeram (Atos 18:8). Nossas histórias são todas iguais. Todos viemos a Cristo.Rever o que fizemos fortalece a nossa fé naquilo que foi feito para nós. Deus nos "fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (Colossenses 1:11-14). Passamos "da morte para a vida" (João 5:24). "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus" (1 João 3:1).